Curti

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ser professor é...

Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor, que por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza. Sou professor a favor da boniteza da minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa, mas não desiste.


 

 
“A principal meta da Educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não somente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo o que a elas se propõe.” (Jean Piaget)


"A certeza sempre me pareceu ignorância. Só os incultos têm tanta certeza. Ou melhor, os semicultos. Exatamente. Aqueles que sabem muito pouco e, do pouco que sabem, julgam que sabem muito. Saber muito é outra coisa. É saber que não se sabe. Humildade." (Gabriel Chalita) 

A importância da primeira aula

 
Com certeza o primeiro dia de aula é um dos dias mais marcantes da carreira de um educador, quem não se lembra do nervosismo, das mãos trêmulas, da sensação de que não sabe absolutamente nada, essas e outras expectativas antecedem a vida profissional de qualquer pessoa. Mas em se tratando do professor, essas características têm sua relevância, por que não se pode simplesmente improvisar uma aula, veja por que esta é uma profissão que requer mais dedicação do que qualquer outra: 

1- Na primeira aula os alunos estão muito atentos ao que o professor irá dizer, por isso esse não pode se descuidar de suas palavras, é para isso que existem os planos de aula, e, diga-se de passagem, é o pesadelo de muitos professores. Pode-se também preparar um esquema bem elaborado com tudo aquilo que se quer dizer no primeiro dia de aula; 

2- É preciso cuidar da ênfase e da clareza das informações sobre a matéria, sua importância, sobre o programa de ensino para o conteúdo específico, sobre o modo de avaliação adotado; 

3- O professor é antes de tudo um conselheiro da classe, então deixe bem claro que o passado ruim do aluno em sala de aula já não importa, seja otimista quanto às expectativas que tem sobre a turma, tenha uma boa relação motivadora com seus alunos; 

4- Um bom educador não faz tudo sozinho, ele divide suas responsabilidades com seus educandos. Deixe transparecer que você se importa com o êxito da turma e que espera muito de todos. O papel do professor é o de ensinar, e do aluno é o de aprender, são papéis diferentes, mas complementares, e o objetivo é o mesmo para ambos: obtenção do conhecimento. 

O primeiro dia de aula é fundamental para transmitir as primeiras impressões por parte dos alunos e do professor, essas podem ser favoráveis ou ruins. Como aquela famosa frase: “a primeira impressão é a que fica”, a primeira aula pode refletir em todas as outras que a sucederem.


Por Líria Alves
 
 

Organizar a rotina da alfabetização

Antes de receber a turma de alfabetização, o professor deve planejar que atividades vão proporcionar o contato sistemático e significativo com práticas de leitura e de escrita



Aos 5 ou 6 anos de idade, as crianças percebem mais claramente que existem outras formas de representar o mundo sem ser por meio de desenhos cheios de traços e cor. Descobrem, enfim, a presença e a importância da escrita, que permite a todos comunicar ideias e opiniões por meio, por exemplo, de cartas, bilhetes, notícias e poemas. Mas, para que cada um dos pequenos dê esse grande salto no aprendizado, é preciso que a atuação do professor no Ensino Fundamental de nove anos esteja ajustada a esse propósito. 

O passo inicial é definir com antecedência as atividades que vão fazer do ano letivo um encadeamento de descobertas, cada uma delas mais desafiante que a outra. "O educador precisa ter uma visão geral do trabalho para prever em que ritmo as propostas de leitura e escrita vão se aprofundar ao longo do período", explica a professora argentina Mirta Torres, especialista em didática da leitura e da escrita.

Segundo Mirta, nesse planejamento é importante considerar que cada criança já está em processo de alfabetização. "Antes de irem para a escola, os pequenos tiveram contato com práticas de leitura e de escrita, com maior ou menor grau de espontaneidade, ao escutar os pais lerem histórias, ao folhearem livros ou ao verem adultos e outras crianças escreverem", pontua. O que muda é que na escola esse processo passa a ser intencional e sistemático, ganhando sentido e contando com a participação ativa de cada estudante.

Para chegar ao detalhamento da rotina semanal de uma classe de 1º ano, o educador precisa ter clareza de que itens devem ser combinados e com que regularidade devem ser praticados para permitir às crianças entender em que situações se lê e se escreve, para que se lê e se escreve e quem lê e escreve. "E não é necessário ter sempre novidades programadas. A continuidade dá segurança aos alunos e, associada à diversidade de assuntos, amplia o repertório deles", explica Debora Samori, pedagoga e formadora de professores do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac). Um planejamento acertado contempla três tipos de atividade. 
1. Atividades permanentes 

São essenciais para o processo de alfabetização. Por isso, devem ser praticadas diariamente ou com periodicidade definida e em horário destinado exclusivamente a elas. Incluem: 

1. A leitura pelo professor, feita diariamente, em voz alta, caprichando na entonação para aumentar o interesse e tomando cuidado para variar os gêneros durante o ano: contos, cartas, notícias, poemas etc. 

2. A leitura pelos alunos, feita em dias alternados com atividades de escrita, sempre tendo como objeto textos que eles conheçam de cor, como cantigas, parlendas, trava-línguas, textos informativos etc. 

3. A escrita pelas crianças, feita em dias alternados com atividades de leitura, tendo como objeto a produção de listas de nomes de colegas, de frutas, de brinquedos etc., que podem ser escritas pelos estudantes com lápis e papel ou com letras móveis. 

4. A produção de texto oral com destino escrito, feita em dias alternados com atividades de leitura, quando os alunos criam oralmente um texto e o ditam para o professor, trabalhando o comportamento escritor. 

2. Sequências de atividades 

São organizadas para atingir diversos objetivos didáticos relacionados ao ensino e à aprendizagem da leitura e da escrita. Necessariamente apresentam um nível progressivo de desafios. A duração varia de acordo com o conteúdo eleito. Pode levar dois meses ou chegar a quatro, sendo praticada duas ou três vezes por semana. Visam levar as crianças a construir comportamentos leitores associados a propósitos como ler para aprender, ler para comparar diferentes versões de uma mesma obra e ler para conhecer diversas obras de um mesmo gênero. Em um bimestre, pode ter como objetivo trabalhar a leitura de contos de autores variados. Em outro, pode eleger a leitura de seções de jornal para que a turma se habitue a outro tipo de texto. 
3. Projetos didáticos 

São formas de organização dos conteúdos escolares que contribuem para a aprendizagem da leitura e da escrita ao articular objetivos didáticos e objetivos comunicativos. A sequência de ações de um projeto culmina na elaboração de um produto final (um livro de receitas saudáveis para as merendeiras da escola, uma gravação em CD ou fita cassete com a leitura de poesias para alunos de Educação de Jovens e Adultos, um jornal de bairro a ser distribuído para a comunidade etc.). Pode durar todo um semestre e ter ou não conexão com o projeto didático proposto para o segundo semestre. No primeiro, por exemplo, os alunos ouvem a leitura de poesias e decidem quais farão parte de um livro escrito pelo professor (que atua como escriba) e ilustrado por eles. A destinação da obra deve ficar clara. Pode ser o acervo de livros da professora, a biblioteca da escola, a família das crianças ou colegas de outra turma. No segundo semestre, uma proposta poderia ser a leitura pelos alunos de poesias que sabem de memória para depois serem declamadas em público em um sarau organizado por eles, reunindo os pais, os estudantes e a comunidade.

Avaliar sempre

Com base nas atividades essenciais e a frequência com que devem ser realizadas, o professor pode fazer uma programação detalhada do que vai trabalhar durante o ano (veja um exemplo no quadro abaixo). Após essa distribuição, é possível fazer agendas de 15 ou até 30 dias de aulas, dia após dia, de segunda a sexta-feira. Essa é uma etapa de grande importância no planejamento. Nela, os projetos didáticos e as sequências de atividades também são elaborados em detalhes, definindo-se justificativas, tempos de duração, materiais necessários, aprendizagens desejáveis e desenvolvimento passo a passo. 

Colocar tudo no papel faz pensar na forma de realização das atividades, além de antecipar a necessidade de separação ou de compra de materiais: que livros devo ter à mão para ler aos alunos? Quais voltarei a ler ao longo do ano? Quais devo ter em maior quantidade para permitir que todos acompanhem a leitura? Como escreveremos a lista de nomes dos alunos? Como eles vão se apresentar à turma? 

Outro cuidado importante é, logo nas primeiras atividades, identificar que habilidades, conhecimentos e dificuldades cada aluno traz de suas experiências de vida, seja em casa, seja na escola. "Esse é o momento de observar, tomar nota e refletir sobre a atuação de cada um em tarefas coletivas, em atividades realizadas em duplas ou trios e em momentos de trabalhos individuais, o que permitirá acompanhar a evolução dela no ano", orienta a pedagoga Debora Samori. 

A classe pode ter crianças em diferentes níveis de conhecimento em relação à escrita. O professor não deve encarar isso como um problema. Cada aluno é importante e traz características que devem ser identificadas e aproveitadas. A orientação é ajustar o foco, pensar nas possibilidades de interação e troca e seguir em frente com o trabalho. 

Há uma infinidade de descobertas a serem feitas por seus futuros leitores e escritores, e eles vão precisar de muitos desafios para dizer o que pensam e compreender o que leem.


Estado cria Disque Denúncia para merenda escolar, veja o número qual é



A Secretaria Estadual de Educação divulga, a partir desta terça-feira (31), o Disque-Denúnca: Merenda Escolar. O serviço está disponível das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, por meio do número 3218-4884.

A ligação terá o custo normal para local e interurbano. Não será necessária a identificação do denunicante. A SEE vai distribuir cartazes nas escolas da rede estadual com informações sobre o novo serviço.

Segundo a SEE, o objetivo é atender a comunidade no que se refere à regularidade da distribuição da merenda, à qualidade da alimentação escolar servida aos alunos e ao cardápio seguido, entre outras questões. O cardápio para este ano já está sendo elaborado em forma de cartilhas, que serão distribuídas nas escolas, neste mês de fevereiro, pelas nutricionistas da SEE, em parceria com a Emater, que realiza o mapeamento da agricultura familiar por regiões do Estado.

Com base nesse mapeamento, o cardápio é elaborado seguindo a gastronomia de cada região do Estado. A base da merenda é feijão, arroz, carne e macarrão. O diferencial se dá pela preferência de cada localidade, como os tipos de frutas, arroz e raízes (batata doce, inhame e macaxeira), e ainda leva em conta a oferta de produtos da agricultura familiar local. Conforme a Lei 11.947/2009, é determinada a aquisição, pelos Estados, que pelo menos 30% dos recursos investidos na merenda escolar sejam destinados aos agricultores familiares rurais.

Este ano, serão investidos na alimentação escolar R$ 22.059.460,00, beneficiando 367.591 alunos da rede estadual, com base no Censo Escolar 2011. O recursos são oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Escola (FNDE).



 Secom/PB

Teorias de ensino e aprendizagem

Foto: Omar Paixão
Menina escrevendo
Antes de matricular seu filho, conheça o método usado pela escola

Sabendo o que pregam as principais correntes de pensamento na educação, você pode optar por uma escola que combine com seu filho

Ter uma noção do que cada cor­rente prega e do tipo de resul­tado que pre­tende atingir pode aju­dar na hora de esco­lher uma ­escola. Com infor­ma­ções sobre as prin­ci­pais teo­rias de ensino e apren­di­za­gem, você tam­bém pode inter­pre­tar ­melhor o que um dire­tor ou orien­ta­dor diz e terá mais ele­men­tos para ava­liar o colé­gio. Mas é pre­ciso cui­dado. "As teo­rias de ­ensino e apren­di­za­gem são abs­tra­ções. Mas a prá­tica não é uma sim­ples repro­du­ção de teo­rias", diz a lin­güista Fer­nanda Libe­rali, pro­fes­sora no Pro­grama de Pós-Gra­dua­ção da PUC/SP e con­sul­tora de ­várias esco­las. 

Ao visi­tar um colé­gio, procure saber qual é a sua prin­ci­pal orien­ta­ção teó­rica. E tente con­fron­tar o que foi dito com a prá­tica. "Pelo dis­curso, você pode notar ­alguns dos prin­cí­pios que a escola valo­riza. Mas há dis­cur­sos muito pare­ci­dos e prá­ti­cas bem dife­ren­tes. A dica é ques­tio­nar menos 'o que' e mais 'como', acon­se­lha Vânia Marin­cek, dire­tora peda­gó­gica de edu­ca­ção infan­til e fun­da­men­tal I da ­Escola da Vila. 

"Como a ­escola ava­lia o aluno?", "Como se intro­duz um novo con­ceito em classe?", "Como é uti­li­zado o ­espaço físico?", "Como as regras são esta­be­le­ci­das?" são exem­plos de per­gun­tas que podem expli­ci­tar o posicionamento da escola. Segundo Vânia, tam­bém é impor­tante saber ­quanto a ­escola investe na for­ma­ção de seus pro­fes­so­res. "Visite o colé­gio em um dia de aula e ­observe. Os pais são con­vi­da­dos a ­entrar ­quando bus­cam os ­filhos? Os pro­fes­so­res pare­cem dis­po­ní­veis para uma con­versa? Como é o mate­rial que é ­exposto nas pare­des? Car­ta­zes muito per­fei­tos deno­tam que houve pouca par­ti­ci­pa­ção do aluno", diz Fer­nanda Libe­rali. Também procure saber como são orga­ni­za­dos os even­tos. Os pais par­ti­ci­pam? Opinam? Os alu­nos par­ti­ci­pam? Com esses dados, você terá pis­tas mais con­cre­tas de como a ­escola educa. Boa esco­lha! 
 Comportamentalismo 
 Construtivismo 
 Socioconstrutivismo 
 Waldorf 
 Montessori

Fonte: Educar para crescer

Volta às aulas sem crise

 

A ansiedade costuma ser o maior obstáculo na volta às aulas. Aprenda a lidar com ela!

Saiba como transformar o começo do ano letivo em um momento prazeroso para seu filho


Texto Manoela Meyer
É muito comum crianças e adolescentes terem dificuldades para entrar no ritmo escolar após passar as longas férias de verão distante do ambiente escolar, seja em casa ou viajando. Mas saiba que, mais do que possível, é muito importante que seu filho comece o ano bem motivado. 

O primeiro passo é tranquilizá-lo, já que um novo ano costuma ser a causa de muitaansiedade. "Os amigos serão os mesmos? E se forem novos colegas, eles vão gostar de mim? Quem serão os novos professores? Será que vou gostar das matérias da nova série?". Essas e outras perguntas estão na cabeça da molecada quando chega a hora de voltar para a escola. 

Cabe também a você, como pai, se avaliar. "Será que não sou eu mesmo a causa de grande parte da ansiedade de meu filho?". Muitas vezes não acreditamos que na escola nosso filho terá a mesma atenção e carinho que recebe em casa. Tente se tranquilizar. "A escola é o melhor lugar para seu filho estar. Lá, ele conquista independência e autonomia", garante a pedagoga Rita Arruda, da Escola Árvore da Vida, em São Paulo. 

Confira abaixo nove dicas que você pode aproveitar para o seu filho voltar às aulas com gás total!